Falando em crianças pequenas e grandes, achei esse livro/guia do link abaixo, hoje na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro.:
Guia de campo - Orientações e Mapas
http://www.escala.com.br/detalhe.asp?id=9730&grupo=43&cat=280
É uma edição espanhola traduzida e gostei muito do conteúdo. Não achei erros (se alguém achar, avise), apenas generalizações e acho que é uma boa aquisição para um cartógrafo presentear um filho ou sobrinho, pois possui uma beleza gráfica que dá gosto ler.
Tenho certeza de que para qualquer profissional não cartógrafo é de extrema importância ter o conhecimento passado por esse guia. Acredito que mesmo o cartógrafo que pouco trabalha com o tema abordado tenha a obrigação de saber tudo desse guia.
O guia aborda cartografia básica e orientação (que depende dessa cartografia basica). Acho que é uma das mais simples, completa e bem feita publicação sobre nossa área.
Ano retrasado eu tinha comprado o "Fundamentos de Cartografia" do Paulo Araújo Duarte, também na Bienal e já tinha achado interessante. Porém é mais acadêmico e a parte gráfica é bem simples. O público alvo é bem diferente.
Hoje em dia temos vários livros bons sobre nossa área, ao contrário de uns 20 ou mais anos atrás. Porém, na mesma época em que surgem tantos livros, também surgem inúmeros vídeos explicativos, como o sobre latitude e longitude do link abaixo e o sobre rotação terrestre mais abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=RxLrXbGH82A&feature=player_embedded
http://www.youtube.com/watch?v=6i0qtbsoy64
Simplesmente não dá para competir com o entendimento obtido em um vídeo bem feito. O único problema é que eles ainda não são sobre tudo e nem todos são bem feitos. No futuro um livro/guia como os citados serão diretamente na internet (ou em pdf, pps ou flash) com vídeos, gráficos animados, narração e mesmo texto e serão lidos em livros digitais e carregados para onde se quiser. Quem sabe um holograma salte da tela com a Terra girando...
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Perna
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Prezados,
Só para registrar, seguem três links de reportagens recentes sobre nosso mercado de trabalho.
1 - Além dos Mapas
Nessa reportagem acima eu estava na sala do Prof. Mauro, na UERJ, quando ele recebeu o telefonema da entrevista sem esperar, e deu uma verdadeira aula.
2 - O Seu Guia
3 - A carreira tá no mapa!
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Perna
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Esse é o mapa que é o visual desse blog. É um mapa pictórico da Floresta da Tijuca (Rio de Janeiro-RJ) que fica na Cascatinha, dentro do parque da Floresta. Aparentemente de 1946.
Sob o mapa tem uma fonte de água como se vê na foto.
Como o blog é de cartografia, é obrigação mostrá-lo.
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Nos meados da década de 1990 pensei em desenvolver um sistema de guia por mapas na web. A internet estava ainda começando no formato gráfico e minha primeira ideia foi utilizar mapas raster cortados em pedaços de modo que um algoritmo pudesse juntá-los através de quadradinhos na tela do browser. Logo desisti, pois além do problema do copyright dos mapas, eu estava trabalhando com mapas vetoriais e achava a solução em raster uma coisa pobre, apesar de resolver o problema de quem apenas quisesse um guia como os que existiam em papel na época. Logo depois surgiram guias em CDROM, vendidos em banca de jornal, eram softwares proprietários e não tinham acesso à web, mas resolviam o problema, apesar de serem pouco úteis por estarem presos no desktop.
O tempo passou, esses softwares melhoraram, passaram para a web e se tornaram realmente úteis para fazer um planejamento de uma rota, no olhômetro. Mas ainda eram apenas guias, sem grande interatividade.
Foi quando o Googlemaps entrou em cena. Inicialmente apenas com as mesmas características e posteriormente com muitas melhorias. Provavelmente algum desses guias chegou a colocar imagens de satélite e georeferenciamento por endereços antes do google, não me recordo, mas foi no Googlemaps que essas características ganharam fama e o mundo leigo começou a gostar das famosas “fotos” de satélite e de descobrir lugares através do endereço. Graças a isso hoje em dia o uso do termo foto está diminuindo e estão utilizando bastante a palavra correta, imagem.
Mas o Google pensa muito além. Georeferenciamento de endereços, georeferenciamento reverso, traçado de rotas etc. O Google estava entrando no mercado de empresas de tracking, gps e transportes, por exemplo. Mas ele não quer roubar esse mercado, quer apenas que usem seus produtos e vender anúncios cada vez mais direcionados para o público alvo. Daí toda essa necessidade de georeferenciamento e agora de saber onde você está. O Googlemaps mobile/Latitude mostra onde você está e com isso a Google pode te empurrar (push) a informação que você precisa (ou a que ela imagina).
E o Google não é bobo. Sabe que para um sistema pegar tem que abrir e facilitar o uso. Foi isso que tornou o PC um sucesso (apesar do Mac) e assim foi lançado o Googlemaps API. Que nada mais é que um conjunto de funções em javascript que permitem ao programador/analista montar um mapa personalizado. Claro que o poder do Google ajudou, pois existem outras soluções de mapas na web, parecidas, que ninguém sabe que existe.
Com essa API podemos fazer muita coisa, como por exemplo georeferenciar a base de clientes de uma empresa e olhar no mapa o resultado. Uma locadora de vídeo pode ver onde seus clientes moram e até montar mapas utilizando referência temporal, ou seja, criar mapas diferentes através de uma linha do tempo para ver se a entrada de concorrentes atrapalhou ou não seu negócio.
Só que o Googlemaps API não precisa de engenheiro cartógrafo como muitos softwares hoje em dia não precisam, mas também não precisa do neocartógrafo. Qualquer bom analista de sistemas/programador pode desenvolver sistemas baseado nele. O neocartógrafo torna-se supérfluo, ainda mais que se for necessário tirar alguma dúvida mais cartográfica, só o engenheiro cartógrafo pode ajudar.
A dificuldade no googlemaps API não é cartográfica e nem matemática (onde os neocartógrafos se garantem), a dificuldade maior é justamente o javascript que eu e muitos analistas de sistemas não gostam para códigos muito grandes. Normalmente um bom analista gosta de C, Java, Pascal/Delphi e PHP, por exemplo. Qualquer linguagem semelhante ao C geralmente gostamos, como o PHP ou Java. Mas javascript é parecido com C porém foge a essa regra. E se você usa javascript e diz que é simples é porque usa só em coisas simples de formulários de html, por exemplo. No google API fica realmente muito chato esse uso. E não tem como fugir, visto que é necessário o uso de uma linguagem interpretada no cliente e não no servidor, como é o caso do PHP. Mas essa dificuldade é passageira e logo o analista passa a desenvolver rapidamente e sem problemas.
Vale lembrar que o analista de sistemas que trabalha com desenvolvimento web precisa ser “poliglota”, ao contrário de em outras áreas de desenvolvimento de sistemas. Para implementar o exemplo da vídeolocadora, é necessário saber PHP, html e javascript intimamente. E a codificação não é independente, é toda “mesclada”. Fora que muitas vezes o site onde está o desenvolvimento do sistema de mapas, necessita de soluções em JAVA ou Flash para segurança ou floreios, além de necessitar de CSS para melhor visualização.
Ou seja, a “dificuldade” não tem relação com cartografia ou matemática e sim com informática. Com isso qualquer bom analista de sistemas pode se candidatar ao trabalho e o neocartógrafo pode ser dispensado. Ah, esqueci de falar, a API tem versão em Flash, abrindo mercado para os neo-analistas.....
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Como noto que existe muitas vezes a dificuldade de enxergar onde está o neogeógrafo, montei uma pirâmide para tentar demonstrar minha visão. Vale lembrar que se um engenheiro não cartógrafo resolve fazer um levantamento, comprar bases cartográficas, escolher algum equipamento da nossa área, ele não está se tornando nem neocartógrafo e nem neogeógrafo. Na realidade esse é um problema muito antigo, pois ele está exercendo muitas vezes ilegalmente nossa profissão. Isso não tem nenhuma relação com os "neos". O neogeógrafo é aquele que manipula e faz análise de informação geográfica, e ele faz uso de GIS com bases cartográficas já prontas e funcionando perfeitamente. E são profissionais de nível superior como um médico epidemiologista. Outrora participavam de equipes multidisciplinares com cartógrafos, hoje em dia e mais ainda no futuro próximo eles não necessitam mais do cartógrafo no dia a dia. E inúmeras áreas do conhecimento tem seus neogeógrafos.
Vejam meu texto sobre O Paleocartógrafo e o Neogeógrafo para mais detalhes.
Vejam a imagem da pirâmide e estejam a vontade para opinar e acrescentar profissionais ou mudar a forma.
O usuário leigo é aquele que vê apenas o resultado final já mastigado pelo geógrafo. Claro que essa é uma visão de GIS futurístico. Um mapa por si só precisa apenas do cartógrafo.
Coloquei o neocartógrafo meio de banda....
Quinta, 23 de abril, 2009.
Depois de escrever esse post pensei melhor e agora vejo o neocartógrafo como o profissional sem habilitação que se encaixa no perfil do analista de geoprocessamento, esse sim com habilitação em alguma das duas áreas e especialização na outra.
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