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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.
Marcelo Grangeiro lança, neste mês de abril, um livro sobre ensino na dança de salão, voltado para uma perspectiva andragógica. Como todos sabem, aula de dança não é minha área, sou mais voltado para o registro histórico da dança. Mas como não comentar um livro dessa natureza?
Conheci Marcelo Grangeiro em 2003, no I Salão Rio Dança, que promovi no Olympico Club. Foi o primeiro congresso de dança de salão no Brasil não ligado a alguma escola de dança de salão. Um ano antes tivemos o congresso de salsa em São Paulo e o Baila Floripa, que tinham propostas diferentes. Marcelo era um jovem dançarino vindo do Maranhão em busca de conhecimento. Em 2005 ele esteve novamente no Salão Rio Dança e desde então mantemos contato. Marcelo continuou sua busca por conhecimento e em 2008 graduou-se em Educação Física. Provando que competência nos estudos e na dança não são coisas mutuamente excludentes, participou com louvor do quadro Dança dos Famosos do programa Domingão do Faustão (Rede Globo, 2010), com a atriz Sheron Menezes (que para mim merecia ter ganho). Em 2013 terminou em Curitiba a pós-graduação em dança de salão coordenada por Gracinha Araújo. Seu trabalho de conclusão foi “(A Respeito) Andragogia na Dança de Salão: Explicações e Implicações no Processo de Aprendizagem” e é a partir desse trabalho que Marcelo lança seu livro.
Posso dizer que fiquei feliz por ser convidado a escrever algumas palavras e revisar a parte da história da dança de salão para seu livro e ainda mais feliz por saber que existem vários Marcelos por aí, correndo atrás do conhecimento e crescendo. Esse tipo de postura é muito mais importante para a dança de salão do que professores de educação física aprenderem dança de salão e entrarem no mercado. Pois apesar de ser também uma coisa boa, não demonstra sede de conhecimento e sim sede de mercado de trabalho (o que não é desabonador). A Dança de Salão precisa de mais profissionais assim, que corram atrás de cultura e conhecimento, e não simplesmente se satisfaçam dando aulas e sendo alugados no final de semana (personal dancer).
Você sabe o que é andragogia? Eu não sabia (como disse, não é minha área). Achei bem interessante a ideia de introduzir essa abordagem de ensino na dança de salão. Para leigos como eu entender, andragogia é o ensino para adultos, enquanto pedagogia é o ensino para crianças (como o próprio prefixo sugere e eu nunca tinha pensado nisso). Para entender melhor, podemos pensar que pedagogia visa ao ensino focado no professor e na busca, por parte do aluno, em aprender conteúdo e subir de nível escolar. Já na andragogia o foco é no aluno, já que ele não precisa mais galgar níveis no ensino pedagógico e necessita de ensino voltado para suas próprias necessidades. Ele busca conhecimento útil para sua vida,
seja trabalho ou bem-estar, e não apenas conseguir diplomas. Embora muitos façam cursos com este propósito, mas no final tem apenas um diploma para colocar no currículo e na parede…
Na dança de salão o que vemos são professores ensinando passos, com métodos próprios. A única perspectiva andragógica que vejo (no cenário atual) é a do bem estar (espero que existam outras), levando a aula a ser uma terapia. Com relação à aprendizagem propriamente dita, não existem metodologias ou padronização. Nesse aspecto é importantíssimo um trabalho como o do Marcelo Grangeiro, que vem sacudir essa área da dança de salão tão carente em estudo, que é o ensino. Na verdade tenho andado descrente do ensino tradicional pedagógico para crianças e adolescentes. Tenho visto um desinteresse crescente por parte deles e me pergunto se é necessário aprender tanta coisa inútil no ensino fundamental. Na Índia existe uma abordagem onde a criança escolhe o que quer aprender. O direcionamento para o que se quer aprender talvez seja uma boa coisa para crianças também. Ou um meio termo. Embora eu admita que isso criaria uma sociedade de especialistas sem visão multidisciplinar.
Na dança de salão fiz aulas com Jaime Arôxa e seus discípulos e com João Carlos Ramos (Cia. Aérea). Não aprendi a dançar só com o método deles, mas sim nos intervalos das aulas, treinando, e nos bailes. Ou seja, existem muitas coisas no ensino da dança de salão a serem estudadas e melhoradas para que se possa prender mais dentro do que fora da sala de aula.
Publicado no jornal Falando de Dança 79 em abril de 2014: http://issuu.com/dancenews/docs/ed_79_completa_para_leitura/5
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