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Marco Antonio Perna é analista de sistemas e pesquisador, com mestrado em sistemas e computação. Desde 1997 pesquisa a dança de salão sendo o criador do portal Agenda da Dança de Salão Brasileira que no final do século 20 uniu os dançarinos brasileiros pela internet. É autor do livro "Samba de Gafieira: a história da dança de salão brasileira", do livro "Dança de Salão Personagens e Fatos" e já escreveu artigos e textos de danca de salão para os Correios e para jornais de dança como: Dança e Saúde, jornal Dance, Dance News e Falando de Dança. Também escreveu artigo para o livro da coleção "As Melhores Dicas da Dança de Salão", da editora Delprado. Participou de congressos de dança de salão e promoveu seis edições do congresso Salão Rio Dança. Como dançarino de salão teve aula com Jaime Arôxa e seus instrutores e também com João Carlos Ramos da Cia. Aérea.
Foi isso que falou o jurado técnico Ciro Barcelos na Dança dos Famosos de 24/06/2012. Tá, eu sei, não se pode leva-los a sério e nem adianta ficar reclamando. Mas se eu não reclamar vai ser menos uma voz tentando consertar as barbaridades que os jurados técnicos dizem. Querer que o Faustão pare de falar besteira ou que o júri artístico saiba o que é Dança de Salão é impossível. Mas tentar conscientizar o júri técnico que eles só pagam mico quando abrem a boca é meu dever.
O Ciro até falou direitinho das raízes ancestrais do bolero, mas o parentesco é distante e nem é necessário ficar falando nessa história porque não acrescenta muita coisa. A história recente (últimos 30 ou 40 anos) do bolero no Brasil é bem mais complexa. Falar do "dois pra lá, dois pra cá", atualmente é estar desatualizado.
Falar que tem poucos passos, aí sim é demonstrar total desconhecimento de nossa dança. Incompetência como profissional de dança e como jurado técnico.
E a outra jurada técnica, a Hulda, não precisava ficar insistindo também nos olhares sensuais de cumplicidade no bolero. Esses olhares são mais para show e em um salão são raros. O famosos dançantes não tem capacidade para aprender toscamente a conduzir, dançar uma coreografia e ainda dar olhares sensuais. Claro que quem pagou o pato foi o Péricles justamente porque não é ator. Os atores se preocupam com essas coisas e tem bastante facilidade, as pessoas normais iniciantes primeiro se preocupam em dançar e tem muita dificuldade em encarar o parceiro.
Não cheguei a ver o Júlio Rocha dançando, mas do que vi dos outros três fiquei bastante satisfeito. Eles dançaram o verdadeiro bolero carioca. Fizeram vários passos que existem mesmo e com bastante deslocamento. Falar que o Kadu Moliterno dançou com dificuldade é maldade, pois o Péricles levou vantagem no quesito "coitado porque é gordo" (eu mesmo achei que ele mandou bem) e o Kadu desvantagem pois cara bem apessoado (homem não acha homem bonito... hehehe) não precisa de pena. O garoto Simas claramente tem talento nato ou está escondendo o jogo e já dançava antes.
O Kadu ainda tem o azar de apesar de ter 60 anos não levar vantagem no quesito terceira idade. Afinal, quem acha que ele tem cara de velho ? Se bem que essa falta de vantagem é muito benvinda...
Também não posso falar dos olhares sensuais porque assisti em um celular com TV digital (tela pequena), e não acho que deva ser fator decisivo já que tem 3 atores e um não ator que leva desvantagem.
De novo nota zero pro júri técnico...
Rio, 24/06/2012
Marco Antonio Perna
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